quarta-feira, 8 de agosto de 2007

Seres inconseqüentes

É interessante o comportamento do brasileiro. Observo, na trajetória da sociedade brasileira a salvaguarda em que a população sempre se colocou frente questões de calamidade pública. Como sempre, assuntos polêmicos como caos aéreo, corrupção (o casoRenan Calheiros e Laranjas), lavagem de dinheiro público e prisão de criminosos mundialmente procurados residentes no Brasil fazem parte do nosso cotidiano, passam bem debaixo dos nossos olhos e nem sequer movemos a íris para ver.
Antes pensava que talvez o povo brasileiro seria reacionário, inerte, inatento à realidade em que está inserido. Mas hoje me caiu uma ficha que me ligou em uma situação mais séria: estaríamos simplesmente acostumados com as trajédias, com a corrupção, com a impunidade a ponto de nem sentir que acontecem? E isso seria um fenômeno só nosso ou mundial? Estaríamos num processo de autismo frente a realidade ou a conjuntura em que vivemos?

"- Foram desviados mais de U$ 1,5 dos cofres públicos em esquemas de lavagem de dinheiro."
"- Ah, foi? Ó! Esse país não tem jeito mesmo... agora me diga, o que aconteceu ontem mesmo em Paraíso Tropical? Será que a Paula e a Taís vão se encontrar frente a frente logo?"

A cura para isso eu não consigo enxergar. Sinceramente, nem acredito mais nela. As relações interpessoais são cada vez mais fulgazes, superficiais e efêmeras frente à tecnologia, à internet... o mundo está rodando mais rápido, somos bombardeados a cada segundo com zilhões de informações e somos obrigados pela coletividade a ser cada vez mais dinâmicos. Onde isso vai parar? A depressão, o "mal do século XX" nem é mais preocupante, pois, já faz parte do cotidiano. Agora, soluções individualistas como propostas em "O Segredo" apontam uma auto-cura para todos os problemas da vida de qualquer pessoa (que tenha o mínimo de instrução e grana para investir... Acho que Dhurkeim adoraria ler O Segredo se estivesse vivo). Bom, segundo teorias correntes, você pode o que quiser. Sim, mas qual o caminho para que você consiga o que quer? Quais serão os ganhos primários e os sacrifícios em suas relações pessoais, quais serão as suas perdas como pessoa e ser humano? Mas tudo que jorra dinheiro é mais importante para a mídia...

Tudo é tão inconseqüente como nossa própria existência...

2 comentários:

Unknown disse...

Ao ver o filme "O segredo", eu me lembrei de uma fita que eu ouvia quando ainda era estagiário do banco Santander e estava parado no trânsito de São Paulo (dentro do ônibus), le dizia: Vc é capaz, vc pode, estão fabricando dinheiro para vc! Hahaha Bom, eu acredito na física quântica, mas, tal filme e livronão passa de uma estratégia de marketing barata. O pensamento claro, ajuda, mas como nós sabemos, meu caro, é preciso muito esforço. Eu estudo muito sobre os grandes da música clássica, sim Beethoven regeu orquestra quando cego. E isso quer dizer que ele sabia do "Segredo"? Não! ele treinou, bateu na mesma tecla sempre e conseguiu. O livro traduz muito bem o que eles querem passar, acho que servirá para muitas pessoas que estão perdidas em suas vidas, mas, não passa de uma manifestação neurolingüística de gringos.Algumas pessoas vão entender mal e vão ficar pensando que amanhã estarão ricas, ou seja, continuará da mesma maneira.

Unknown disse...

Mas autora ficou rica, então ela aplicou bem o Segredo hehehe.

Sobre o Brasil eu te digo o seguinte: Somos robôs enfeitiçados e preguiçosos. No nordeste a população é treinada a ter sempre aquela coisa, ali poderia ser um outro país, pois presidente nenhum manda naquele lugar. Será que as pessoas pensam que num país tão tropical, rico em matéria prima não pdoeria acabar com a seca? Pra que? Para as pessoas proguedirem e começarem a ligar para o que fazem com o dinheiro delas? Para elas começarem a contestar os salários? Colocaram um boneco na presidência, o qual está lá estratégicamente colocado, para representar a classe que estava começando a se rebelar, a classe pobre. Daí criaram programas esmolas, e assim, melhor votar nele do que perder o benefício. Somos robôs, preguiçosos, enfeitiçados, acostumados e individualistas!!!